A ideação suicida nem sempre dá origem a um comportamento suicida, mas ela é um fator de risco para o comportamento suicida. Diversos fatores normalmente interagem antes de a ideação suicida se tornar um comportamento suicida. Frequentemente existe um transtorno mental subjacente e um evento estressante que desencadeia o comportamento. Os eventos estressantes incluem:
- Morte de uma pessoa querida;
- Suicídio na escola ou em outro grupo de adolescentes;
- Perda de um namorado ou uma namorada;
- Mudança de um ambiente familiar (como da escola ou da vizinhança) ou de amigos;
- Humilhação por familiares ou amigos;
- Sofrer bullying na escola;
- Insucesso ou fracasso na escola, dentre outros.
Esses acontecimentos estressantes, contudo, são razoavelmente comuns entre as crianças e raramente levam a comportamento suicida caso não haja outros problemas subjacentes.
Os problemas subjacentes mais comuns são os seguintes:
- Depressão: Crianças ou adolescentes com depressão têm sentimentos de desesperança e desamparo que limitam a sua capacidade de considerar soluções alternativas para problemas imediatos.
- Abuso de álcool ou drogas: o consumo de álcool ou drogas diminui as inibições contra ações perigosas e interfere na antecipação de consequências.
- Pouco controle dos impulsos: Adolescentes, sobretudo aqueles com um transtorno comportamental disruptivos (Transtorno Opositor-Desafiador, Transtorno de Conduta, dentre outros), podem agir sem pensar.
Outros transtornos mentais e distúrbios físicos podem também aumentar o risco de suicídio. Eles incluem ansiedade, esquizofrenia e transtorno de estresse pós-traumático.
Crianças e adolescentes que tentam se suicidar estão às vezes com raiva de familiares ou amigos, são incapazes de tolerar a raiva e direcionam a raiva contra eles mesmos. Eles podem querer manipular ou punir outras pessoas (“Eles vão lamentar depois que eu morrer”). Ter dificuldade em comunicar-se com seus pais pode contribuir para o risco de suicídio.
O suicídio é mais provável em famílias nas quais transtornos do humor são comuns, especialmente caso haja um histórico familiar de suicídio ou outros comportamentos violentos.
Valeska Magierek – Neuropsicóloga do Centro AMA de Desenvolvimento em Barbacena.