Equipe da Saúde esclarece como é feito o enfrentamento da Covid-19 em Barbacena

Durante entrevista coletiva online, realizada na tarde de sexta-feira (17), a Prefeitura de Barbacena trouxe uma série de esclarecimentos sobre as tratativas que vêm sendo adotadas na cidade para enfrentamento da pandemia de Covid-19.

Marcilene Dornelas, Secretária Municipal de Saúde, ressaltou que as medidas adotadas desde a primeira notificação de suspeita da doença, foram fundamentais para que a cidade se preparasse para o enfrentamento, principalmente na criação de leitos de UTI exclusivos para pacientes da Covid-19. Vale ressaltar que o município montou 20 novos leitos, sendo 10 na Santa Casa e 10 no IMAIP. Nos próximos dias devem estar disponíveis também 5 novos leitos no Ibiapaba, que é referência para oncologia e cardiologia. Outra possibilidade, mas que ainda depende de uma ação efetiva do Estado, é a disponibilização de 6 leitos de UTI no Hospital Regional.

Para viabilizar os leitos exclusivos para tratamento da Covid-19, o município investiu cerca de R$2 milhões em recursos próprios. Esses leitos já estão sendo ocupados. Por ser um polo macrorregional, que atende uma grande população, Marcilene destacou a importância dos municípios vizinhos também se conscientizarem. “Barbacena não pode ficar em isolamento social sozinha. É preciso um comprometimento das outras cidades ou não teremos condições de atender a toda a população”, desabafou.

Muitas são as dúvidas, e especulações, sobre o estado de saúde dos pacientes com suspeita ou confirmados para a doença. Muitos colocam, inclusive, a veracidade dos dados divulgados diariamente em xeque. O médico infectologista Herberth Fernandes disse que o município vem lidando com os casos suspeitos e confirmados com ética, respeitando os dados epidemiológicos, sem detalhar informações de cada paciente.

Barbacena tem três casos confirmados. Os dois primeiros pacientes, ambos do sexo masculino, já são considerados casos curados, “são pessoas que tiveram a doença e se recuperaram da sintomatologia, não possuem mais sinais para a doença”, disse o médico. A terceira confirmação é de uma paciente jovem, que está em um dos leitos de terapia intensiva criados para tratamento da Covid-19. O ponto comum entre os três pacientes, que têm vínculo com Barbacena, é que todos eles vieram de locais onde a transmissão do coronavírus está acelerada, o Estado do Rio de Janeiro.

Herberth explicou que todos os casos notificados estão em isolamento domiciliar e vem sendo acompanhados pela Vigilância em Saúde. Em média o isolamento dura 14 dias, sendo que 80% dos pacientes terão apenas sintomas leves.

O grande questionamento é com relação aos testes. O médico explicou que, assim como no país inteiro, a cidade não consegue testar todos os suspeitos. O material para exame laboratorial é feito apenas em pacientes que apresentam sintomas graves e que necessitam de internação. Por isso muitos casos notificados como suspeita de contaminação não serão descartados, por falta de realização dos exames.

A demanda na Fundação Ezequiel Dias era enorme e os resultados demoraram até 20 dias. Recentemente o município adquiriu testes para realização de laboratórios particulares da cidade. Além dos pacientes graves, profissionais da saúde que estão na linha de frente de combate ao coronavírus também estão sendo testados.

O infectologista ressaltou a importância das medidas como o isolamento social, principal forma de conter a contaminação da doença, e o uso de máscara para controle da propagação do vírus. “Não saiam de casa e se sairem, só saiam de máscara, seja ela de tecido ou as descartáveis”, alertou.

O perfil epidemiológico da cidade foi repassado pelo Chefe de Vigilância em Saúde, Maurício Becho. Ele explicou que são 363 notificações recebidas pela Vigilância. Deste número, 71% não fizeram coleta de material por apresentar sintomas leves, 4% aguardam resultados (15 casos), 24% foram descartados, o que representa atualmente 88 casos) através de resultados da Funed e 1% testou positivo (3 acasos). Ao todo foram realizados 106 testes.

De acordo com avaliação dos profissionais da Vigilância, seguindo os protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde, apenas pacientes com a Síndrome Respiratória Aguda Grave, que necessitam de internação, têm obrigatoriamente material colhido.

Os dados mostram um percentual elevado de suspeitas em pacientes jovens de 20 a 29 anos, tanto feminino ou masculino. Esse grupo por ser mais ativo tem maior probabilidade de contaminar o grupo de risco.  Pacientes que necessitaram de internação foram 48, sendo que 34 já receberam alta hospitalar até esta sexta-feira (16).

Chamou atenção a afirmação dos entrevistados de que, caso as medidas não fossem adotadas da forma como foram, com a redução drástica da circulação de pessoas nos primeiros dias, a cidade poderia ter contabilizado 228 óbitos em consequência da Covid-19. Os números foram apresentados pela Secretaria Municipal de Saúde.

Participaram também da coletiva à imprensa Luciano Chartone, diretor de Vigilância e Ações em Saúde, e Gilberto Cardoso, coordenador da Vigilância Sanitária.

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