As falas e os atos do presidente Jair Bolsonaro tem gerado severas críticas da Rede Globo de Televisão e em particular do jornalista, âncora e apresentador do “Jornal Nacional” Willian Bonner. Os ânimos se acirram a cada opinião dividindo correligionários e fãs entre radicais, apaixonados e extremistas. Os egos estão exaltados. A celeuma ocorre no exato momento do avanço da pandemia do coronavírus e das aplicações de vacinas. O foco que deveria ser a cura do Covid-19 passou a ser intrigas, fake news, baixarias, desmentidos e acusações de ambos os lados. A mídia e o governo Bolsonaro já são discutíveis e quando ouvimos novas acusações tumultuam nossas cabeças. Fazemos sempre a mesma pergunta: quem está falando a verdade?
Como ambos são teimosos, proponho-lhes um duelo. Duelo? “disputa em combate de confronto entre duas pessoas, motivadas, em geral, por desagravo à honra, desavenças individuais, familiares, em facções ou grupais, e outros tipos de confronto de cunho fortemente emocional”. Vamos supor que ambos aceitassem o desafio. Entre a utilização de armas de fogo e da luta livre a primeira opção foi a escolhida. Foi dado aos duelantes falastrões o direito de escolherem um ou mais padrinhos para assessoramento.
Demandaram muito tempo as escolhas. Sendo militar e confesso atleta, pensou-se que Bolsonaro escolhesse militares do seu ministério pelo conhecimento de armas. Ele optou por uma solução caseira levando seus “garotos” Flávio, Eduardo e Carlos. O primeiro estaria ao seu lado e os outros dois ficariam em local estratégico para atirarem caso precisasse. Ao tomar conhecimento do clã Bolsonaro, Willian Bonner utilizou da mesma estratégia. Ao seu lado ficaria o governador de São Paulo, João Dória, e para tocaia foram escolhidas as jornalistas Miriam Leitão e Renata Vasconcelos, a mais topetuda e corajosa entre todos. O grande ato da década foi marcado para o estande de tiro do Rio de Janeiro denominado “Tiro ao Álvaro” em homenagem ao compositor Adoniram Barbosa. De comum acordo optaram por um juiz imparcial e o escolhido foi o ministro do Supremo Tribunal Federal, senhor Gilmar Mendes.
O duelo já começara nas chegadas dos litigantes. Bolsonaro, 65 anos, 1,85m olhou Willian Bonner, 57 anos, 1,85m disse: “Hoje é o dia do nosso acerto de contas. Esperei muito tempo por esse momento, senhor Bonner, cara de pastel!” Com seu peculiar esnobismo Bonner fitou Bolsonaro e disse ironicamente: “Posso ser cara de pastel, mas você é cara de leite condensado, chicletes, vinho, bacon, frutos do mar, refrigerante e pizza. Não precisava tantos ingredientes, bastava alfafa”. Bolsonaro se irritou de tal maneira e retrucou: “Vai pra puta que pariu! Tudo isso eu comprei para enfiar no rabo de vocês aí da imprensa de merda”.
Chegou o momento esperado por todos os brasileiros. Quem será o vencedor desse duelo de titãs? A regra é a seguinte: cada um dos duelantes dará dez passos, virar-se-á, e atirará como um ensandecido. Gilmar Mendes deu ordem para começar a contagem. Bolsonaro parecia tenso e Bonner, cheio de pose cantarolava, acreditando ser o vencedor: “É dia de sol, mas o tempo pode fechar/A chuva só vem quando tem que molhar/Na vida é preciso aprender/Se colhe o bem que plantar/É Deus quem aponta a estrela que tem que brilhar/Erga essa cabeça, mete o pé e vai na fé/Manda essa tristeza embora/Basta acreditar que um novo dia vai raiar/Sua hora vai chegar”.
Antes de Bonner pronunciar a palavra “chegar” ouviu-se uma saraivada de tiros, barulho ensurdecedor, balas pipocando para todos os lados. Salve-se quem puder! Resultado: Willian Bonner e Jair Bolsonaro saíram ilesos sem nenhum arranhão. As cuecas de ambos foram apreendidas para serem periciadas. Não se apurou o que continha em suas cuecas. O que se viu após o tiroteio foram corpos de inúmeros pombos estirados no chão, que sobrevoavam o estande na hora do tiroteio. Sabe-se que eles foram atingidos por balas perdidas, cena comum na cidade do Rio de Janeiro. Quem atirou? Seriam os capangas do Bolsonaro ou do Willian Bonner? As armas foram apreendidas para perícia. Dizem que demora 60 dias que na verdade são 365 ou mais.
Conclusão: Não houve vencedor ou vencido. A novela ganha novos capítulos. O duelo serviu para comprovar que Bolsonaro e Bonner são excelentes marqueteiros, excelentes quando o assunto é abobrinha, blá blá blá, gogó e incompetentes em realizações e obras. E ainda há quem diga que ambos são no momento nossos grandes líderes.