Do ensinar ao aprender

Dentro de uma sala de aula, muitas são as histórias que me envolvem. Trágicas, tristes, ruins, alegres, divertidas, superação e por aí vai. Tem para todos os sentimentos. Dias destes, precisei abordar sobre o comportamento “respeito”. Conversei com a turma toda, questionei certos comportamentos de exclusão e muitos deles relataram casos onde se sentiram excluídos em alguns momentos da vida. Relataram também seus sentimentos ao vivenciar a exclusão e o que pode desencadear nas pessoas que passam por essas situações. Foi um momento de aula para a vida, no sentido amplo!

 

Ao final da aula, uma aluna veio até mim e falou sobre seus pensamentos. “Professora, tenho pensado aqui comigo, a felicidade não pode ser um objetivo final e sim uma forma como a gente vive para chegar ao final”.

 

Fiquei um instante em silêncio. Fitando-a nos olhos, seu olhar expressava serenidade e confiança em si  mesma ao dizer tais palavras. “De onde você tirou isso, onde leu?”, perguntei. “Não sei, só sei que tenho pensado nisso, ao ver tantas pessoas querendo tanta coisa, como se a felicidade ficasse no final. As pessoas não vivem os momentos.”

 

Conversamos mais um pouco ali na sala. Trocamos ideias sobre a diferença entre “preciso ou quero tal situação” e “tenho que fazer tal situação acontecer”, o peso que a última expressão traz sobre nós, adultos, no dia a dia. Ficamos ali, professora e aluna adolescente, vida sofrida, discorrendo sobre os tempos modernos que têm assolado a todos.

 

Ao final, sorrimos, lágrimas nos olhos. E eu com uma certeza: um anjo estava ali me dizendo para aliviar a vida, a culpa, diminuir o sentimento de tristeza e olhar a vida com leveza. Lição do dia anotada, apreendida, buscando ser vivenciada! Ingrid, obrigada!