Descendência

Uma aula super interessante que marcou a minha vida? Foi a primeira do curso clássico ocorrida no Colégio Estadual Professor Soares Ferreira em Barbacena, ministrada pelo Professor Vicente Romano Quintão. Ele queria conhecer e saber a origem dos nossos sobrenomes. O alvoroço foi geral. Esse gesto lhe deu credibilidade e confiança. Os alunos em tom de brincadeira mostravam uma pseuda rivalidade entre os países de origem. Tínhamos lá descendentes de portugueses, alemães, italianos, espanhóis,  libaneses e até SRD (sem raça definida) abordada por um espertinho. Cada um elevava e exaltava a sua descendência em detrimento às demais. Foi um rico jogo de sabedoria.

Essa mistura ocorreu porque o Brasil foi colonizado e habitado por estrangeiros. E assim, os sobrenomes se popularizaram porque os imigrantes fizeram do Brasil sua morada. Os italianos da sala eram os mais expressivos e exaltados. Nessa aula veio à baila a máfia, nazismo, revolução francesa onde cada um defendia o seu país desses fatos históricos. Eu assistia a tudo quieto no meu cantinho até que um colega resolveu mexer comigo.

Ele perguntou ao professor se a origem do nome Santana era mexicana porque era comum ver esse nome nos filmes. O professor me perguntou: “Você sabe a origem do seu nome, Santana?”. Muito sério, afirmei que a minha descendência era do Rio das Mortes, distrito de São João Del Rei. Muitos riram e poucos perceberam a minha ironia. Eu sabia por conversar com familiares, que o sobrenome Santana ou Sant`Anna ou Sant`Ana era originário da Península Ibérica – Portugal e Espanha. Outro colega brincalhão me perguntou se eu tinha algum parentesco com o guitarrista Carlos Santana, mexicano que fez grande sucesso no Festival de Woodstock em 1969 onde ganhou projeção mundial. Respondi que ele era meu tio desertor. Dessa vez todos perceberam a ironia.

O professor discursou dizendo que Santa Ana era avó de Cristo e que o nome ficou popularizado por esse fato; que também que poderia ser de origem toponímica, onde famílias se alojaram com base em locais ou referências geográficas com esse nome. Outro detalhe abordado foi a criança ser batizada com o nome do santo do dia do seu nascimento. É comum encontrar Santana que nasceu no dia 26 de julho. Fiquei feliz com seus relatos.

Uma das grandes metas dessa descendência é a obtenção da dupla cidadania, a naturalização. Para isso se consumar, o cidadão brasileiro passa por um crivo administrativo, burocrático e exigências legais. Esse procedimento se tornou tão importante que já há advogados, outros profissionais e escritórios especializados para esse fim. Por quê? Estudar, trabalhar e residir no exterior legalmente, obtenção de outra nacionalidade, sedução por dois passaportes e de mais oportunidades num mundo cada vez mais globalizado.

Sempre admirei a cultura dos povos em geral. Quando militar em Juiz de Fora, participei como vigilante voluntário de uma festa tradicional chamada: Festa das Nações. O intuito dela era o de resgatar a memória e a tradição da cidade por meio da gastronomia e da cultura das nações que ajudaram a criar e desenvolver a cidade. Tive a oportunidade de visitar, conhecer e admirar todas as barracas típicas: Argentina, Alemanha, Brasil, Espanha, Estados Unidos, França, Itália, Líbano, Portugal e Síria. Cada nação primava pela originalidade do seu povo ali representado pela sua cultura, danças, comida, roupas, bebidas e músicas. Era impossível ficar parado ao som da tarantela da barraca italiana.

O conhecimento da história dessas nações resgata e preserva suas tradições. Essa oportunidade nos faz compreender e a nos identificar.

Você conhece a origem do seu sobrenome?

(Fonte: Internet/G1 Zona da Mata – MG).

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