Delegado da Polícia Civil orienta sobre golpes frequentes em Barbacena

Com a Pandemia de Covid-19, a população foi surpreendida com o crescimento de golpes aplicados através do ambiente virtual e telefônico. Diante de um cenário em que a comunicação se restringiu, ainda mais, aos meios virtuais, o perigo de cair em um esquema ilegal tornou-se iminente.

Dentro desse contexto, o programa Contato Direto, apresentado pela Rádio Sucesso, entrevistou o Delegado de Polícia Civil, Saulo do Prado, a fim de esclarecer sobre os golpes aplicados e também instruir a população com dicas de segurança.

Segundo o Delegado, esse tipo de crime acompanhou a migração da vida civil para o meio tecnológico, adaptando-se, dessa forma, a nova realidade para promover a realização de delitos. Como o ambiente virtual ainda é algo bem recente na sociedade, os criminosos se aproveitam do despreparo das pessoas frente a essas inovações para promover esse tipo de ato ilícito com mais eficácia.

Em Barbacena, um golpe que está sendo bastante recorrente é o da clonagem na telefonia. Indagado sobre o porquê do êxito desse tipo de golpe, Saulo explica que isso ocorre devido à facilidade e a eficiência do golpe e que ele se enquadra nos chamados “golpes sazonais”, dando o exemplo dos falsos sequestros utilizado tempos atrás, em virtude de ser uma temática eficiente. De acordo com ele, atualmente, a popularização do whatsapp como ferramenta de comunicação instantânea, facilitou a aplicação do golpe da clonagem de telefonia celular, em que através do número clonado o criminoso passa a pedir valores e depósitos, transferências, pagamentos de boletos para pessoas que são conhecidas da vítima.

Questionado sobre a existência de uma forma para reverter esse tipo de ação criminosa, ele recorre às políticas de atuação do aplicativo, o qual é bastante solícito, bastando fazer um contato via email e,em algumas horas, o próprio Whatsapp cancela a conta clonada e partir de então faz a restauração. No entanto, o Whatsapp não impõe nenhuma dificuldade extra ao cliente que é clonado para que haja bloqueio do número e a restauração da conta instantaneamente ao golpe.

À respeito da política de atuação dos criminosos, o delegado explica que isso pode ocorrer de várias formas, sendo as mais comuns o envio de um link de acesso direto em que são passadas as informações do Whatsapp ou então o criminoso pode induzir a vítima a repassar para ele a mensagem de verificação de duas etapas do aplicativo. Pelas duas formas o infrator tem o acesso remoto do programa.

No tocante às sanções aplicadas nesse tipo de delito, deve-se analisar qual o bem jurídico ofendido através da interpretação dos desdobramentos da conduta do criminoso. Sendo assim, pode haver variação entre crimes em que a lei penal reputa uma pena mais branda, como, por exemplo, crimes contra a honra (encaminhar mensagens de tom injurioso). Porém, se a pessoa utiliza as informações roubadas para a inserção de dados falsos e criação de documentação, cadastros e atos dentro desse âmbito, o caso pode se enquadrar no crime de falsidade ideológica ou o crime de falsa identidade, em que a conta clonada é utilizada para se passar pela vítima. As ocorrências que são mais comuns, e que têm uma consequência maior para a vítima, são as de estelionato, na qual a pena de reclusão varia de um a cinco anos e, ocorre quando, através desse artifício, o criminoso induz a vítima ou a pessoas próximas a ela um prejuízo econômico, obtendo uma vantagem por meio de fraude e gerando o prejuízo alheio.

Sobre as precauções que devem ser tomadas é reiterado a importância de se redobrar a cautela, e que os cidadãos devem ter consciência das condutas que estão realizando pelo celular, tablet, computador, refletindo mais e acercados protocolos a serem seguidos, pois a vida virtual apresenta maior facilidade de induzir ao erro. Deve-se ter mais desconfiança ese o indivíduo não tiver certeza absoluta do que está recebendo, não acessar, além de checar mais aquilo que recebe.

Os órgãos de segurança pública devem ser acionados sempre que a pessoa for vítima de um crime. Conforme a autoridade, as atividades na polícia não foram interrompidas em nenhum momento da pandemia, tiveram apenas uma restrição de atendimento presencial do público com o intuito de evitar a aglomeração. Contudo os serviços essenciais foram todos mantidos, tanto os administrativos quanto os investigativos e se for identificado algo fora da normalidade, o caso será encaminhado para a delegacia de destino. O telefone para contato com a delegacia de plantão é 3339-3001, o qual é ramificado para todas as unidades da delegacia, para a partir disso oferecer a orientação indispensável para a vítima.Também é válido priorizar a procura pelo telefone, devido as aglomerações, e se houver necessidade do registro de boletim de ocorrência e da instauração do inquérito,deve-se procurar a delegacia para todas as providências necessárias serem tomadas visando a apuração, punição e responsabilização do culpado.

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