Contra-Ataque: Sim, eu continuo acreditando

Sérgio Monteiro

 

 

 

Sim, eu continuo acreditando

 

O jogo mal acabou e lá estava o WhatsApp apitando feito bateria de escola de samba em dia de desfile. Cruzeirenses brotaram sabe-se lá de onde para comemorar o feito do Palmeiras. As provocações são normais e dão um brilho especial ao futebol e aguentá-las faz parte do jogo. Na verdade, foi até engraçado perceber que eles ainda estão acompanhando futebol, embora muitos dizem que abandonaram o barco. Como li em uma postagem na internet hoje cedo, é hora de aproveitar o momento para colocar a conversa com os amigos cruzeirenses em dia, porque logo mais tem jogo contra o Guarani e a chance deles sumirem de novo é grande.

Eliminações sempre são traumáticas, é verdade. Mas os atleticanos precisam manter a crista erguida, pois existem um Brasileirão e uma Copa do Brasil em disputa e não por acaso o Galo é líder de um e está na semifinal do outro. Ou seja: muito vivo ainda. Assim como permanece vivo o sonho de conquistar mais títulos esse ano. Ganhar quatro competições em uma temporada era um sonho. Real, mas muito difícil de acontecer. A Libertadores já foi e ficar remoendo a eliminação para o Palmeiras é bobagem. Hora de focar no que vem pela frente.

Até porque os principais adversários alvinegros na disputa dos títulos que ainda estão em jogo são exatamente Flamengo e Palmeiras e eles terão que focar na decisão da Libertadores, em novembro, no Uruguai. O que deixa o caminho aberto para o Galo sonhar com as taças nacionais, sobretudo o Brasileirão. A temporada do time é muito boa e os números são fantásticos. Agora, além de carregar na bagagem um vice-campeonato nacional invicto, o Galo é também eliminado de uma Libertadores sem perder nenhum jogo. Coisas de regulamentos.

Aliás, regulamento que não faz o menor sentido esse de gol fora definir classificados. Não dá para brigar com regulamentos depois do leite derramado, é verdade, mas a Conmebol precisa evoluir. Até a CBF já acabou com isso na Copa do Brasil. Essa é uma regra que favorece times retranqueiros, como foi o Palmeiras nessa semifinal. Abel Ferreira conseguiu o que queria, mas de uma forma que palmeirense nenhum se orgulha. E jogará da mesma forma  em uma eventual decisão contra o Flamengo. Fechado lá atrás, esperando uma bola milagrosa no ataque.

Nathan Silva errou sim. O ataque também, ao perder vários gols nos dois jogos. Jogo de mata-mata é pra matar e o Galo não soube fazer isso. Mas crucificar um ou outro jogador ou mesmo o técnico agora é uma infelicidade sem tamanho. O Galo segue vivo em 2021 e tem tudo para dar muitas alegrias aos seu fanático e apaixonado torcedor. É hora de guardar a frustração pela eliminação na gaveta e já pensar no jogo com o Inter, sábado, no mesmo Mineirão.

Hora de os atleticanos soltarem o “eu acredito” da garganta. Hora de erguer a crista e mostrar ao mundo que estamos sempre ao lado do Galo. E é exatamente isso o que incomoda os adversários: essa paixão sem limites, essa fidelidade de quem já acreditou em Mexerica, Cambalhota, Curê e Nilson Sergipano. Esse amor incondicional que é alardeado nos títulos e nas tristezas, até mesmo na Série B. Porque são poucas as torcidas capazes de fazer isso, o que está cada vez mais evidente se olharmos para o “outro lado da lagoa”. Levanta, Galo, que aqui tem uma torcida capaz de te amar até mesmo em eliminações. O vento perderá novamente!

 

PS: A foto veio em uma mensagem do amigo Reinaldo Fernandes, presidente da Esquadrão Atleticano de Barbacena. Uma entre muitas mensagens que comprovam o amor incondicional que move e alivia o atleticano em dias que a alegria teima em virar as costas, assim como um certo goleiro aí…

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