Contra-Ataque: Final Classe A

Sérgio Monteiro

Final Classe A

 

Atlético e América disputarão, nos dois próximos finais de semana, o título de campeão mineiro de 2021. Mais do que justo. Sem sombra de dúvidas, são os dois melhores times do Estado no momento. Não por acaso, são os detentores das melhores campanhas no estadual e os únicos representantes do Estado na Série A do Campeonato Brasileiro. Por isso, a expectativa é de que façam dois grandes jogos, em uma decisão que promete ser acirrada.

O Galo chega à final cheio de credenciais. Além de ser o atual campeão e maior vencedor da história do Campeonato Mineiro, com 45 taças, é o time com investimentos mais volumosos e dono do melhor ataque, da melhor defesa e da melhor campanha geral. Por isso mesmo, tem a vantagem de jogar por dois empates ou vitória e derrota pela mesma diferença de gols.

Em tese, existe um favoritismo alvinegro, mas a tendência é de que a final seja marcada pelo equilíbrio. Até mesmo porque pesa contra o time comandado por Cuca o fato de as finais serem disputadas em meio à definição dos classificados para as oitavas de finais da Copa Libertadores. Líder de seu grupo, o Atlético ainda não tem a classificação assegurada e se vê diante de dois jogos decisivos fora de casa. Nessa quinta-feira, enfrenta o América de Cáli, na Colômbia. Na outra quarta, vai ao Paraguai medir forças com o Cerro Porteño.

Agora é a hora de Cuca colocar à prova o elenco recheado que tem em mãos. O treinador sabe que escalar um time completamente reserva na decisão do estadual é uma opção que desagradaria a torcida e colocaria o título em risco, mas terá que “rodar o elenco”, como gostam de dizer os técnicos. Os jogadores com maior probabilidade de lesão certamente terão de ser preservados em algumas dessas partidas, possivelmente nas finais do Mineiro. O peso de uma desclassificação na primeira fase de grupos da Libertadores é muito maior do que o de um eventual vice-campeonato estadual.

Vale lembrar que o Galo construiu essa campanha no Mineiro alternando a escalação. Nas primeiras partidas, o time que foi a campo não era considerado sequer reserva, já que os principais atletas do clube estavam em férias. Com o time chamado alternativo, encorpado com jogadores da base, o aproveitamento foi de 100%. Ou seja: independente das escolhas de Cuca, o Atlético chega forte à decisão.

Dono da segunda melhor campanha na competição, o América tem como grandes trunfos a coletividade e o artilheiro do campeonato: o atacante Rodolfo, decisivo nas semifinais diante do Cruzeiro. Apesar da chegada de alguns reforços nesse início de ano, o time americano ainda tem muito daquele que na temporada passada conseguiu o acesso à Série A do Brasileirão e alcançou as semifinais da Copa do Brasil.

No comando técnico da equipe desde o início de 2020, Lisca sabe muito bem as armas que possui para equilibrar o duelo e conquistar o seu primeiro título pelo Coelho. A classificação para as finais foi bastante comemorada pelo treinador e seus comandados. Não por acaso. O América chega à decisão após cinco anos da última final e último título com a autoridade de quem atropelou o Cruzeiro na semifinal. Duas vitórias e uma superioridade inquestionável, o que dá ainda mais força para a decisão.

Se América e Atlético colhem os frutos das boas campanhas feitas até aqui, o Cruzeiro precisa utilizar a eliminação – pelo segundo ano consecutivo, o time fica de fora da final do Mineiro – para uma profunda análise de seu elenco. No final do mês, a Raposa estreia na Série B do Campeonato Brasileiro e, embora o técnico Felipe Conceição tenha conseguido uma evolução no padrão de jogo do time, para o retorno à elite do futebol nacional é preciso mais. A segunda divisão de 2021 tende a ser mais disputada dos últimos anos, com as presenças de grandes times que normalmente figuram na primeira divisão, como Vasco, Botafogo,Coritiba e Goiás.

Com o time que tem, o Cruzeiro terá sérias dificuldades para conseguir o acesso e, apesar da crise financeira pela qual passa o clube, a diretoria terá que fazer ainda mais esforços para melhorar o plantel se não quiser amargar um terceiro ano na Série B. Enquanto isso, Galo e Coelho seguem na disputa da mais cobiçada taça do futebol mineiro, com promessa de fortes emoções para seus torcedores. É o famoso “cada um com seus problemas”.

 

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Crédito – www.uol.com.br

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