Contra-Ataque: Agora vai?

Sérgio Monteiro

 

Agora vai?

 

A possibilidade de criação de uma liga independente para a organização do Campeonato Brasileiro, envolvendo os principais clubes de futebol do país,agitou os bastidores do futebol nos últimos dias. A proposta contou com a adesão de 19 dos 20 clubes da Série A (apenas o Sport não assinou o documento, mas porque o presidente do clube renunciou ao cargo e uma nova eleição ainda será convocada) e já foi apresentada à CBF, mas é fato que a queda de braço ainda se estenderá por intermináveis dias.

A intenção dos clubes é organizar o Brasileirão já a partir do próximo ano. E isso inclui a Série B. Formato de disputa e outros detalhes ainda serão debatidos entre os clubes participantes da Liga. A CBF recebeu o documento, mas ainda não se posicionou. Disse, apenas, em nota, que recebeu o documento e irá avaliar. Provavelmente, novas reuniões serão agendadas para os próximos dias.

A decisão dos clubes brasileiros coincide com o momento conturbado pelo qual passa a CBF. O presidente da entidade, Rogério Caboclo, está afastado após a denúncia de assédio moral e sexual feita por uma funcionária da própria CBF. Isso foi a gota d’água para uma forte crise, que já se anunciava em meio à decisão de o país aceitar ser a sede da Copa América após as desistências de Argentina e Colômbia, que, originalmente, seriam as sedes.

A imagem da CBF, sempre envolvida em polêmicas, tem sido arranhada com o passar dos anos, o que faz com que a criação da liga independente seja vista com bons olhos pelos torcedores. Ajuda e muito no descrédito da entidade máxima do futebol brasileiro os recentes escândalos envolvendo seus últimos presidentes – Ricardo Teixeira, José Maria Marin, Marco Polo Del Nero e agora Rogério Caboclo.

Mas há também uma boa dose de desconfiança em meio aos torcedores, o que se deve ao fracasso de outras tentativas em vão de criações de ligas independentes. A última experiência aconteceu com a criação da Primeira Liga, que chegou a acontecer mas não conseguiu vingar. Fora isso, o medo de novas viradas de mesa, também preocupa os amantes do futebol.

Hoje, a Série B conta com três dos clubes considerados grandes – Botafogo, Cruzeiro e Vasco. E a possibilidade de um retorno à Série A pela porta dos fundos, como já aconteceu com outros clubes em um passado não tão distante, ameaça a credibilidade da iniciativa. Diante desse cenário, representantes dos clubes envolvidos na criação da nova liga já se pronunciaram descartando essa possibilidade. Mas se há um ditado que reina no mundo da bola é aquele que diz que no futebol não há verdade que dure 24 horas. Aguardemos, atentos, os próximos capítulos de uma novela que tem tudo para se estender por um bom tempo.

Imagem – Crédito – CBF

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