Conheça o incrível dragão azul
Por Júlia Gonçalves, membro do Centro de Estudos em Ecologia Urbana e Graduanda em Ciências Biológicas, no IF Barbacena, sob orientação do professor e pesquisador, Delton Mendes.
Apesar de parecer um Pokémon, esse ser vivo conhecido como Dragão Azul não é um animal fictício. Ele vive flutuando nas correntes marítimas das águas tropicais e temperadas do oceano, inclusive no litoral brasileiro. O Dragão Azul é uma espécie de lesma do mar bem pequena, medindo cerca de 3 a 4 cm de comprimento além de possuir uma coloração azul forte e listras brancas, ambas as cores o auxiliam no trabalho de se camuflar.
Como a maioria das lesmas do mar, o Glaucus atlanticus, (seu nome cientifico), é uma espécie hermafrodita, ou seja, apresenta tanto órgãos femininos quanto masculinos. No mais, “flutuam de cabeça para baixo nos oceanos, graças a uma bolsa de ar que possuem em seu estômago e com ajuda da corrente marinha” ( AUGUSTO, R. C., 2012) além de serem bastante comuns na dieta de tartarugas.
Ao contrario do que muitas informações espalhadas pela internet dizem, o Dragão Azul não é venenoso nem perigoso para nós. O que ocorre é que por se alimentarem de Caravelas-portuguesas eles conseguem armazenar e potencializar a toxina desses animais em minúsculos sacos e por serem seres diminutos a quantidade de toxina que são capazes de armazenar não é suficiente para causar danos aos seres humanos (NOGUEIRA, R. M., 2020).
Geralmente o Dragão Azul pode ser avistado flutuando na superfície litorânea ou até mesmo mortos nas praias. Segundo o especialista em animais marinhos, Claudio Sampaio (G1, 2020) “o recomendado, ao encontrar o dragão azul ou qualquer outro animal encalhado, vivo ou morto, nas praias que sejam fotografados e avisados aos laboratórios, centros de pesquisa, museus, ONGs e órgãos ambientais. Estudar os animais oceânicos não é fácil ou barato, então animais encalhados, mesmo pequenos e mortos, são uma fonte inesgotável de conhecimento, inclusive para você”.
“Todos, dentre os milhares de seres vivos existentes, fazem parte de uma teia ecológica e estão interligados, cumprindo um papel fundamental no equilíbrio da natureza. Cada espécie extinta, dos animais às plantas, dos fungos às bactérias, representa um desastre à nossa sobrevivência e, sobretudo, ao planeta” (GONÇALVES, J., 2019). Por tudo isso, mesmo que nossa região não seja litorânea, é importante nos atentarmos sobre as fontes as quais buscamos informações. Opte sempre por sites com referencias científicas, pois, desinformações como esta podem prejudicar não somente a existência desse animal como todos os outros, já que, todas as espécies de seres vivos, dependem intimamente das relações ecológicas que realizam entre si e no planeta.
Apoio divulgação científica: Samara Autopeças e Jornal Barbacena Online
REFERÊNCIAS:
AUGUSTO, R. C. Glaucus atlanticus: o Dragão Azul do mar. Ambientalista sem rede, 2012. Disponível em: https://ambientalistasemrede.wordpress.com/2012/09/16/glaucus-atlanticus-o-dragao-azul-do-mar/. Acesso em: 05 de junho de 2021.
GONÇALVES, J. Biodiversidade: a nossa maior riqueza. Barbacena Online, 2019. Disponível em: https://barbacenaonline.com.br/biodiversidade-a-nossa-maior-riqueza/. Acesso em: 05 de junho de 2021.
SOUSA, J. Molusco conhecido por ‘dragão azul’ é encontrado por salva-vidas em praia de Salvador. G1-BA, 2020. Disponível em: https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2020/08/04/molusco-conhecido-por-dragao-azul-e-encontrado-por-salva-vidas-em-praia-de-salvador-video.ghtml. Acesso em: 5 de junho de 2021.