Conheça melhor as libélulas, um grupo de insetos muito importante para o equilíbrio da natureza

Por Julia Gonçalves, membro do Centro de Estudos em Ecologia Urbana e graduanda em Ciências Biológicas, no IF, sob orientação do professor Delton Mendes

Com seu corpo fino, alongado (de onde partem dois pares de asas rígidas) e com seus grandes olhos, que lhes permitem  ter um campo de visão de 360º, as libélulas são insetos que despertam grande interesse por onde passam. No entanto, o que muitos não sabem é que a maior parte de sua vida passa-se baixo d’água. Além disso, são vorazes predadoras e, apesar de terem mandíbulas e “dentes”, não picam.

Os fosseis mais antigos desses insetos já encontrados datam de aproximadamente 300 milhões de anos. Segundo o pesquisador Luiz Carlos Correard (2017), “existem no Brasil mais de 1.200 das mais de 5.700 espécies de libélula que povoam o mundo inteiro” e é na Serra de São José, localizada no sul do estado de Minas Gerais (pertinho de Barbacena), o local onde se encontra uma das maiores diversidades de libélulas no mundo.

Para garantir a perpetuação de seus genes e a continuidade de sua espécie, as libélulas fêmeas voam a procura de um território ideal para pôr seus ovos logo após o acasalamento com o macho. Uma curiosidade é que os corpos retorcidos do macho e da fêmea durante a reprodução formam uma espécie de coração (visualmente falando).  Os ovos fecundados são depositados na água e após algumas semanas surgem as larvas que se alimentam de pequenos organismos, como girinos e filhotes de peixes. Além disso, essas larvas podem viver até cinco anos em seu ciclo de vida aquático, onde sofrem diversas metamorfoses.  Em um dado momento, ocorre a transição da larva do meio aquático para o terrestre, onde a libélula faz sua última metamorfose, transformando-se em um inseto adulto pronto para acasalar e botar seus ovos.

As libélulas, também conhecidas como “lavadeiras”, “cavalinho do diabo” e “helicóptero”, pertencem à Ordem Odonata e podem ser avistadas, frequentemente, nas proximidades de lagos, riachos e até piscinas. Ainda, de acordo com Correard “quem tiver dúvidas quanto à qualidade da água de um rio ou lago pode fazer o “teste da libélula”, que consiste na simples observação se há libélulas na área. Todo rio ou lago com águas limpas tem libélula. No entanto, a menor alteração físico-química da água ou do ar já será suficiente para expulsá-las, além de impedir que dos ovos saiam novas larvas. Deste modo, a presença do inseto funciona como um excelente bioindicador da qualidade do meio ambiente”.

Assim como todos os outros grupos de seres vivos, as libélulas possuem papel fundamental no equilíbrio do ecossistema. Elas são predadoras e também e servem de presas para diversos animais que as têm como recurso alimentar. A grande ameaça à vida das libélulas é, sem duvida, a poluição ambiental e outras degradações provocadas, sobretudo, pela ação humana. Mais uma vez, fica evidente a importância de respeitarmos todos os seres, independente de tamanhos e proporções, pois todos fazem parte da indissociável rede ecológica que torna o planeta Terra uma raridade cósmica.

Apoio divulgação científica: Samara Autopeças e Barbacena Online

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