Compreendendo a frase: “somos todos poeira de estrelas”

Por Vitória Oliveira, licenciada em Ciências Biológicas e membro do Centro de Estudos em Ecologia Urbana do IF Barbacena, sob orientação do professor Delton Mendes Francelino, coordenador do Centro de Estudos em Ecologia Urbana, do IF Barbacena.

O astrônomo americano Carl Sagan, disse anos atrás uma frase que, posteriormente, passou a ser amplamente utilizada, inclusive em ambientes populares e em poemas, por conta da profundidade de reflexões por ela possibilitada: “Somos todos poeira de estrelas” (1986). Essa frase foi cientificamente comprovada anos mais tarde e atualmente é considerada uma verdade científica (GALILEU, 2017).

Para compreender a nossa relação com as estrelas, torna-se necessário retornarmos ao momento em que todo o Universo estava concentrado em apenas um ponto, do “tamanho da cabeça de um alfinete”. Esse ponto, que era denso e muito quente, expandiu-se rapidamente, formando o espaço-tempo e todas as leis físico-químicas que o regem. É justamente essa explosão/expansão que chamamos de Big Bang, teoria científica que é a mais aceita atualmente para explicar a origem do Universo. Mas, você deve estar se perguntando: Qual a relação do Big Bang com as estrelas? E com a humanidade?

A partir do Big Bang, o Cosmos o começou um processo de resfriamento e expansão, que continua até os dias atuais, mas que, naquele momento, ocasionava a colisão de fótons, processo fundamental para originar os elétrons, prótons e nêutrons. Os primeiros átomos livres, passaram a combinar-se, em um processo chamado de nucleossíntese primordial, resultando na formação do primeiro elemento químico, o deutério, que foi o precursor de Hidrogênio.

O surgimento do Hidrogênio propriamente dito favoreceu o despontar das primeiras estrelas (dentre outros aspectos), que, em seu núcleo, forjaram em bilhões de anos, por meio da fusão nuclear, diversos elementos químicos da tabela periódica como o Hélio, Carbono, Nitrogênio, Oxigênio e Enxofre.

Esses elementos, que são os principais constituintes de nossos corpos (com exceção do Hélio), surgiram no interior das estrelas, e foram espalhados pelo Universo a partir das explosões/ “morte” das primeiras estrelas massivas, em forma de supernovas, há cerca de 11 – 10 bilhões de anos, antes mesmo da formação da Terra. Curioso destacar também que o “nascimento das estrelas” é fundamental, por gravidade, para a geração de planetas e outros corpos.

Fica evidente, então, que toda a Humanidade, os outros seres vivos e até mesmo o nosso Planeta, fazem parte de um grande e único sistema físico, químico e, posteriormente, biológico. Tais concepções podem conduzir a percepções íntimas de pertencimento a um todo muito complexo e à construção de um sentimento de unicidade entre tudo o que existe: a vida (humana e não humana), o planeta, luas, cometas, galáxias, enfim, todo o Cosmos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

GALANTE, D.; SILVA, E. P.; RODRIGUES, F.; et al. Astrobiologia: uma ciência emergente. Núcleo de Pesquisa em Astrobiologia. — São Paulo: Tikinet Edição: IAG/USP. 2016.

FERNANDES, N. Agora é oficial: Somos mesmo feitos de poeira de estrelas. Revista Galileu, 2017. Disponível em: <https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2017/01/agora-e-oficial-somos-mesmo-feitos-de-poeira-de-estrela.html>Acesso em: 12/03/2021.

SÉRVULO, F. Confirmado: Somos realmente ‘poeira de estrelas’. Universo Racionalista., 2017. Disponível em: <https://universoracionalista.org/confirmado-somos-realmente-poeira-das-estrelas/>Acesso em: 12/03/2020.

Apoio divulgação científica: Samara Autopeças e Barbacena Online.

 

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