Como podemos trabalhar em casa a intolerância ao não e à frustração?

Quantas tragédias temos vistos provocadas pela falta de limites dentro das famílias, as transgressões, os descontroles, o uso e abuso de substâncias, as agressões e etc. A hegemonia de tantos príncipes e princesas que temos assistido tem trazido problemas para seus próprios criadores: a partir do momento em que coloco meu filho acima de tudo e todos, não crio nele o senso de realidade e responsabilidade, não ensino que tudo tem um tempo e que esperar também faz parte do aprendizado, não mostro a ele que todos somos iguais em direitos e deveres, que me eximo de dar limites, estou contribuindo para um futuro nebuloso dentro da minha própria casa.

É claro que ainda existem famílias à moda antiga mesmo, que prezam pelos valores. Aqueles que formam bons cidadãos. Ainda bem!
Precisamos ajudar nossas crianças a lidar como o “NÃO”!!! Fórmulas mágicas não existem. Essa construção é diária, é desde o início, desde que chegam da maternidade.

– Precisamos criar filhos com consciência de mundo. Não se engane achando que são príncipes ou princesas. São filhos que necessitam de alguém de bom senso que os guiem e eduquem. Todos os dias. Incansavelmente.
– Dentro de sua casa delimite o seu lugar de pai e de mãe. Mostre a ele que você é referência moral e emocional.
– Nossos filhos não precisam de roupas e calçados de marca para serem felizes. E se precisarem, há algo de errado nisso.
– Eles precisam aprender que tudo nesta vida tem um tempo certo para acontecer e eu isso não passa pela vontade deles.
– Converse com seus filhos sobre realidades. Sonhos são importantes, mas sonhos precisam se tornar em objetivos, batalhados para que sejam realizados.
– Um não bem dito hoje poupa muitas lágrimas amanhã.
– Aprenda a tolerar o choro, a cara fechada. Não aceite chantagens, ameaças e ofensas. Eles são nossos filhos e precisam aprender isso.
– Seja companheiro, escute suas queixas, comemore suas vitórias e mostre a eles que o futuro que almejam depende única e exclusivamente deles.

Quantas vontades tivemos que não foram satisfeitas? Quem nos transformamos por conta dos nãos que ouvimos? O não é a oportunidade para racionalizarmos aquilo que estamos fazendo para nossos filhos e para nós mesmos enquanto sociedade.

NOTA DA REDAÇÃO – Valeska Magierek – Neuropsicóloga no Centro AMA de Desenvolvimento.

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