Chuvas em Barbacena: alagamentos no Pontilhão têm solução? (Parte I)

Ano a ano, chega o período de chuvas em Barbacena e uma situação se repete: a região do Pontilhão fica alagada, moradores e comerciantes sofrem prejuízos, veículos ficam presos e o local, intransitável. Em 2020, não é diferente e os últimos dias comprovaram isso. A redação do Portal Barbacena Online foi a fundo para tentar entender a situação e teve acesso a um relatório, elaborado pela Polícia Civil e encaminhado a diversos órgãos públicos locais, que dá uma luz sobre o problema. 

Elaborado por peritos nos meses de fevereiro e março do ano passado, o documento apresenta um levantamento do escoamento de águas fluviais e pluviais de todo trecho e as obstruções que afetam o Pontilhão. E com compromisso com a informação, o Barbacena Online apresentará uma reportagem, dividida em duas partes, tudo o que foi analisado e constatado, para que o leitor conheça e possa efetivamente, com todo o material exposto, cobrar das autoridades e órgãos competentes as providências necessárias. 

DO PASSARINHOS AO PONTILHÃO – A nossa caminhada começa pela Rua Dorvalina Borges, no bairro Passarinhos. Ali, uma galeria de água atravessa a via e passa pelos fundos da concessionária e posto de gasolina do local, ponto em que se encontra com outro curso de água vindo dos bairros Boa Vista, Vilela, Botafogo, Penha e Ipanema. 

O curso vai, então, por canal aberto até a região em frente ao supermercado Beira Rio, da Rua José Custódio Filho, que foi construído sobre o córrego. Com as fortes chuvas em fevereiro do ano passado, a parede posterior do supermercado, que fica a 4 metros de altura do córrego, desabou e a parede interna foi danificada. A causa: retenção de água, obstrução da rede por objetos e demais materiais acumulados externa e internamente, bocas de lobo estreitas, pequenas, sem rede de contenção de materiais e obstruídas.

 

O curso segue e a galeria, no encontro da Avenida Governador Bias Fortes com a Rua José Custódio Filho, sofre um grande estreitamento. A calha, de quatro metros de altura por dois de largura, passa para uma vazão de apenas quatro manilhas de cerca de um metro de diâmetro, sendo que duas dessas manilhas estão obstruídas.

O curso atravessa a Avenida, indo até a galeria subterrânea em frente aos Bancos Santander e Caixa. Ali, mais um estreitamento: somente duas manilhas dão vazão ao volume de água e foi constatada a presença de bancos de areia (assoreamento), além de lixo de diversas naturezas(doméstico e industrial).

As tubulações que atravessam as manilhas vão, então, em direção ao Pontilhão. A Polícia Civil identificou ainda em pontos esparsos, no trecho da Avenida Governador Bias Fortes entre a Caixa Econômica Federal e o Supermercado Sales, manilhamento com as mesmas dimensões da localizada em frente à Caixa (uma manilha de dois metros de diâmetro). Não foi possível, porém, constatar se há uniformidade nas partes aterradas, não acessíveis entre os imóveis. O fato é que os proprietários de tais imóveis realizaram a canalização fluvial (rede pluvial) por vontade própria, sendo, desta forma, fator determinante para transbordamento das águas para as vias públicas e obstrução ou insuficiência de captação pluvial.

LEIA NA PARTE DOIS: A situação do Pontilhão propriamente dito e do entorno, outros locais analisados e a conclusão da análise.

 

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