Biodiversidade: a nossa maior riqueza

Por Júlia Gonçalves, membro do Centro de Estudos em Ecologia Urbana do IF Sudeste, Campus Barbacena, graduanda em Ciências Biológicas, sob orientação do Prof. Delton Mendes

(…)“é tarde demais para anular os danos causados ao planeta, mas nunca é demasiado cedo para começar a preservar tudo o que nos resta”.

Nosso planeta é repleto de vida, em decorrência de intensos processos naturais resultantes de 3,5 bilhões de anos de evolução, período no qual muitas formas de vida surgiram e desapareceram. Devido à extensão e a diversidade de ecossistemas existentes na Terra, a ciência descobre novas espécies constantemente, porém, apesar das estimativas de que atualmente existam cerca de 8,7 milhões de espécies, a grande maioria ainda não foi identificada e catalogada. Destaca-se ainda que, segundo a PLOS Biology, “muitas espécies serão extintas antes que possam ser estudadas”.

A variedade de organismos vivos, em seus diferentes níveis, formas e relações, estabelece a diversidade biológica (ou biodiversidade) da Terra. “Os componentes da biodiversidade são desigualmente distribuídos pelos ecossistemas do planeta. (…) O Brasil assume papel de destaque uma vez que possui a maior biodiversidade do mundo, estimada em cerca de 20% do número total de espécies, sendo muitas destas endêmicas”(CALIXTO, 2003).Cada ser vivo tem um papel importante e essencial para a manutenção e regulação do equilíbrio ecossistêmico, tendo relações profundas a partir de seu habitat e seu nicho. Sendo assim, se uma espécie for comprometida, várias relações ecológicas e organismos correrão sérios riscos, já que todos estão interligados: um depende do outro para se desenvolver e sobreviver.

Essa diversidade de seres vivos é um elemento essencial para a sobrevivência humana. A extinção é uma realidade natural de todos os seres vivos, todavia, a humanidade tem acelerado esse processo, numa velocidade inigualável, a ponto de termos entrado na 6° grande extinção em massa da história terrestre.De acordo com a WWF, “a biodiversidade sofreu redução de mais de um quarto nos últimos 35 anos” devido, principalmente, à exploração intensa e abusiva que o ser humano faz dos recursos da natureza, em razão do elevado crescimento populacional, do intenso e excessivo consumo de recursos naturais de forma não sustentável e, ainda, da destruição dos habitats, nichos e tráfico abusivo de animais e plantas. Além disso, as mudanças climáticas, também agravadas pelo homem ao longo de muitos anos, contribuem para a perda e extinção de grande parte da biodiversidade mundial. Outro fator determinante é que algo em torno 85% de todas as espécies de seres vivos depende de água para sobreviver, mas, cada vez mais, o nível de poluição dos rios, lagos e oceanos aumenta.

Todos, dentre os milhares de seres vivos existentes, fazem parte de uma teia ecológica e estão interligados, cumprindo um papel fundamental no equilíbrio da natureza. Cada espécie extinta, dos animais às plantas, dos fungos às bactérias, representa um desastre à nossa sobrevivência e, sobretudo, ao planeta. A perda da biodiversidade está correlacionada, muitas vezes, à falta de conhecimento científico e, justamente por isso, é importante que os governantes desenvolvam projetos que sejam capazes de sensibilizar a população acerca da conservação e preservação ambientais. Precisamos repensar nossas ações sobre a biodiversidade, visto que “é tarde demais para anular os danos causados ao planeta, mas nunca é demasiado cedo para começar a preservar tudo o que nos resta” (ONU, 2008)

Apoio divulgação de ciência: Samara Autopeças

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