Entre 2006 e 2007, aqui no Barbacena Online publicamos um quadro chamado “Barbacena, eu me lembro…”
Naquela oportunidade foi uma grata surpresa perceber que havia barbacenenses espalhados pelos quatro cantos do planeta e cada um com sua reminiscência. Gratificante, deliciosamente gratificante, seria a melhor maneira de definir cada e-mail recebido à época.
Inicialmente a intenção era fazermos dez edições… mas qual nada… ao final foram 34 edições, uma por semana.
Agora, quando Barbacena se aproxima de seus 229 anos estamos revivendo este quadro, mas desta vez em seis edições. Muitos dos amigos que participaram do quadro entre 2006 e 2007 já partiram. Assim, é possível lembrar do amigo e também de sua recordação, afinal, querida Barbacena, aqui estamos e aqui pretendemos permanecer por muitos e muitos anos.
Barbacena, eu me lembro…
… de passear de mãos dadas com minha mãe pelos fundos da Casa de Saúde São Sebastião. Homens, com as pernas balançando através das enormes janelas, vestindo calças da mesma cor, semelhantes a pijamas, gritavam pelos que passavam pedindo cigarro, fósforo, seja lá o que fosse, quem sabe atenção talvez, e minha mãe, solene para mim: “Olha que neste lugar morreu um jogador de futebol muito famoso, o nome dele era Heleno”. Eu, andando e olhando para trás, sem largar sua mão, olhando, misto de medo e reverência, para os outros anônimos Helenos perdidos para o mundo no esquecimento daquele hospital psiquiátrico.
(Vera Coimbra)
Barbacena, eu me lembro…
… daquela figuraça, nunca soube seu nome, pintor talentoso, mas sempre que o flamengo vencia, ele vestia o “manto sagrado”, e de posse de duas colheres, saía pelo centro, chapado, mas feliz por mais uma vitória do mais querido do Brasil, mengooooo, saudades, querido ‘GMC’, como carinhosamente era conhecido…
(Antônio Luiz Duarte)
Barbacena, eu me lembro…
… do Bloco de carnaval “é com este que eu vou”. Tive a felicidade de participar.
(Helena Márcia Neves)
Barbacena, eu me lembro…
… do show do Balão Mágico que aconteceu no Estádio do Andaraí e reuniu uma criançada animada, que não parava de cantar “pegar carona nesta calda do cometa…”
(Débora Matos – Barbacena – MG)
Barbacena, eu me lembro…
…a casa da rua Tiradentes número 70, onde moramos por mais de 10 anos e onde fizemos muitas festas…
(Cris, Dri, Claudia, Dani e Ju – todas – Claro França)
Barbacena, eu me lembro…
… das batalhas de confete às vésperas do carnaval, no Jardim Municipal, do Globo e no pequeno e belo jardim da Praça Antônio Carlos – hoje arremedo do que foi. Com bandas, toques de cornetas, pistons e saxofones, taróis e “surdos”, que abriam os festejos carnavalescos com o tradicional “Viva o Zé Pereira”, serpentinas, confetes, lança-perfumes (naquele tempo apenas uma inocente distração…).
(Newton Siqueira de Araújo Lima)
Barbacena, eu me lembro…
… do Carnaval, lá estávamos com uma galera e tanto, vestíamos de mulher e com muitos outros, realizávamos o futebol dos homens vestidos de mulheres. O espaço no Santo Antônio se completava com a multidão de pessoas para assistir aqueles momentos.
(Ismael Assis – Diadema/SP)
Barbacena, eu me lembro…
… dos Desfiles de Sete de Setembro, onde a eterna rivalidade entre Estadual e Tiradentes, ficava mais evidente. Ô saudade dos tempos onde nossa maior preocupação era ter uma fanfarra e um time de futsal ou vôlei melhor que o do outro colégio!!!
(Alessandra Vitorete)
Barbacena, eu me lembro…
… de estar descendo a Rua Quinze após um dia de aulas no colégio Estadual, passando em frente à Bota de Ouro onde o Seu Osvaldo com seu vozeirão anunciava, bem humorado, que o Seu Orozimbo estava “dando de graça” lá no fundo e de, mais embaixo em frente ao Palace, perguntar para a Zabelinha, que passava acompanhada de seus cachorros, quem eram os pobres para os quais ela pedia esmola, sendo que a resposta era, invariavelmente a mesma – “os pobres sou eu”.
(Luiz Carlos Duarte Ladeira – Belo Horizonte)
Barbacena, eu me lembro…
… do Torresmo, peça rara, que vivia rondando a Antiga Rodoviária.
(Fernanda Magalhães)
Barbacena, eu me lembro…
… dos trens com carros fúnebres que chegavam na estação trazendo pessoas de Barbacena que faleceram em outra cidade e eram trazidos para sepultamento em Barbacena.
(Erani de Paula Araújo, Barbacena-MG)
Barbacena, eu me lembro…
… de muitas passagens e fatos interessantes, principalmente na década de 80. A multidão que “rondava” o MEIA LUA, o Celeiros, o bar do PEDRO CIMINO etc. Não tem como não lembrar também do milk-shake do Sovon´s ou dos sanduiches dos traileres, principalmente de madrugada.
(Tom – Salvador/Bahia)
Barbacena, eu me lembro…
… do torneio de futebol de salão disputado no Sílvio Raso entre escolas e comércio local. Era bom demais, sem brigas, só diversão.
(Ricardo)
Barbacena, eu me lembro…
… da Izabelinha percorrendo as ruas da cidade esbanjando o charme de sua delicada alma.
(Sheila Andrade)
Barbacena, eu me lembro…
… do José Rocha à frente da Lira Barbacenense, tocando seu clarinete nas procissões da semana santa.
(João Carlos Esteves)
Barbacena, eu me lembro…
… do antigo supermercado MERCI, onde tinha uns porquinhos no seu logotipo. Amava fazer comprar lá com meus avós. Lembro-me de ter ganhado deles a merendeira dos trapalhões que vendia lá, era sucesso na época.
(Venícios Antônio Barros)
Barbacena, eu me lembro…
… de ver o Jardim dos Macacos, que não tem mais macacos. Como foram deixar que eles acabassem?
(José Renato Penna Esteves júnior – São Luis do Maranhão)
Barbacena, eu me lembro…
… quando, próximo à minha casa, tinha o Sandu, que atendia os doentes para o Hospital São José e também as carrocinhas conduzindo os indigentes do Hospital Colônia (mortos) com os pés fora do baú da charrete. Cena impressionante e que nos causava muito medo.
(Elton Belo Reis)
Barbacena, eu me lembro…
… nos carnavais de rua de minha infância, havia dois personagens marcantes. O primeiro circulava tardes inteiras com uma tabuleta onde se lia “Bloco do eu sozinho”. O segundo empunhava um bastão, no qual se prendia a carcaça de um tatu. E o folião cantava: “O tatu subiu no pau / é mentira de quem disse”.
(Ricardo Tollendal)
Barbacena, eu me lembro…
… das partidas de futebol no campinho de terra e na pracinha dos bairros Funcionários e São Jorge, onde éramos felizes demais. Tinha o time do Saleh que só tinha craques, contra a molecada raçuda da parte baixa do bairro, turma de pé descalço, mas raçuda e que dava um trabalhão para os craques como Alencar, Saleh, Everton, Dinho, entre outros grandes amigos do bairro.
(Marcos Jose de Araújo – Ratinho – Sorocaba/SP)