Tecnologia: usar ou ser usado?

Por Caren Ferreira Siqueira, membro do Laboratório de Escrita Criativa e Científica do Projeto “Falando de Ciência e Cultura” e graduanda em Sistemas para Internet no IF, Campus Barbacena, sob orientação do professor e pesquisador Delton Mendes Francelino, coordenador do Centro de Estudos em Ecologia Urbana e Educação Ambiental Crítica do IF Barbacena, MG.

 

A exploração é algo intrínseco ao ser humano, do momento em que nascemos em diante, o mundo é um grande lugar a ser explorado. Quando bebês queremos explorar tudo, pegamos com a mão, colocamos na boca, olhamos atentamente na tentativa de descobrir o que é aquele objeto e para que pode ser utilizado. Logo, somos guiados por adultos, que passam a nos ensinar as convenções sociais que ditam a utilidade daqueles objetos. Colheres, enfeites, celulares, tudo tem um propósito e uma forma correta de usar, contudo, o que acontece quando nem mesmo o adulto sabe como utilizar um objeto?

 

A tecnologia e suas facilidades se tornaram parte de nossas rotinas muito recentemente, a pouco mais de 10 anos atrás não existia Whatsapp, mas chega a ser difícil se lembrar como era a vida antes dele. O problema da velocidade na qual a tecnologia tomou conta de nossas vidas é que não foi possível nos preparar para ela. Com isso, naturalizamos a ignorância e fazemos uso da tecnologia sem nos dar ao trabalho de saber como ela funciona, a falta de conhecimento foi abraçada e normalizamos a frase “não entendo nada de tecnologia”, ou pior, presumimos entender.

 

Tal qual uma criança colocando uma régua na boca, usamos a tecnologia sem compreender ao certo como ela funciona, o que faz com que ela perca o papel de ferramenta em nossas vidas e nós, passamos a ser escravos dela. Outro fator igualmente preocupante é a terceirização desse conhecimento, comumente vemos adultos entregando celulares com naturalidade para crianças dizendo que elas “já nasceram com o celular na mão”, depositando em jovens e crianças a responsabilidade de ter esse conhecimento igualmente sem instrução, expondo assim aos riscos mais comuns, desde golpes até fake news.

 

Nesse cenário onde a ignorância tecnológica é propagada ao presumir que sabemos como utilizá-la ou ao confiar em alguém que “sabe”, sempre que por consequência somos expostos a uma situação ruim, culpamos a tecnologia e não a falta de conhecimento. Movida pelo desconforto dessa situação, estou escrevendo um livro, orientada pelo Delton Mendes no  Laboratório de Escrita Criativa e Científica, com intuito de dar informações básicas sobre a tecnologia que usamos no dia-a-dia, sua história e funcionamento, para que ela se torne cada vez mais uma ferramenta para nos servir.

Apoio divulgação científica: Samara Autopeças, Jornal Barbacena Online e SEAM – Serviços Ambientais.

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