Sem Combustível

A crônica de Leonardo Lisbôa

Os  anais  econômicos  registram  que  caminhoneiros  pararam  as  rodovias.

 

A  cidade  entrou  em  pânico:  carros  lotaram  as  ruas  em  busca  de  postos  de  gasolina.   Gritavam  todos:  ficaremos  “SEM   COMBUSTÍVEL”.

 

Há  33 anos  o  Brasil  vivia  coisas  semelhantes  ao  que  está  aí…  O  movimento  era  não  comprar  carne  por  causa  do  ágio  sobre  o  produto.

 

Fui  naquele  lugar  e  aquela  RECATADA  SENHORA  DO  LAR  dizia  em  suas  histerias:

 

–  Eu  pago!  Eu  pago  sim  o  preço  que  for  pela  carne!  Não  como  sem  carne.

 

Moral  da  história:  PANELEIRO  sempre  fazendo  panelice.

 

No  dia  seguinte  a  mãe  desesperada   publicou  na  sua  linha  no  FACEBOOK:

“Gente  esta  greve  irá  atrapalhar  o  aniversário  de  minha   princesinha   que   eu   preparei   com   tanto   amor!”

 

E  aí  foi  blablablá  para  lá  e  mimimi  para  cá.  E  eu  de  lero-lero  só  de  bolero  na  boleia  do  caminhão  de  meu  pai.

 

E  eu  ando  sem  combustível  por  tanta  alienação  brasileira  destes  que  só  olham  para  o  próprio  umbigo.   Mas…

 

Só  sei  que  depois  dos  apitaços  na avenida ,  a  marchinha  carnavalesca  já  alertava   que   “índio  quer  apito,  se  não  der  o  pau  vai  comer”,  o   brasileiro  leu   *Voltairine   de   Cleyre:  “Os  trabalhadores   tem   que   aprender  que  seu   poder  não  está   na   força   de   seu   voto   mas  na  habilidade   de   parar   a    produção”  [SIC]

 

 

 

 

http://acervo.estadao.com.br/noticias/acervo,ha-18-anos-uma-revolucao-na-economia-brasileira,6929,0.htm

 

 

* https://pt.wikipedia.org/wiki/Voltairine_de_Cleyre

 

Leonardo Lisbôa

Barbacena, 24/05/2018

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NOTA DA REDAÇÃO: Leonardo Lisbôa  é professor da rede pública de ensino de Minas Gerais. Fez sua especialização em História na UFJF e seu mestrado em psicopedagogia na Universidade de Havana, Cuba. Publica textos também no sítio www.recantodasletras.com.br onde mantém duas escrivaninhas (Perfis): o primeiro utilizando o próprio nome ‘Leonardo Lisbôa’ e o segundo o de ‘Poesia na Adega’.  Registro no CNPq: http://lattes.cnpq.br/0006521238764228