Planária: o verme que se regenera

Por Júlia Gonçalves, membro do Laboratório de Escrita Científica do “Falando de Ciência e Cultura”, licenciada em Ciências Biológicas e membro do Centro de Estudos em Ecologia Urbana do IF Barbacena, sob orientação do professor Delton Mendes Francelino, coordenador do Centro de Estudos em Ecologia Urbana do IF Barbacena. 

Solitária, tênia, esquistossomo, lombriga são exemplos de vermes bastante conhecidos por causar doenças, as verminoses. Mas você sabia que nem todos os vermes causam doenças? As planárias são um exemplo clássico disso. São animais invertebrados pertencentes ao Filo Platelmintos (“verme achatado”). São organismos de vida livre que podem ser encontradas em mares, água doce como, nas margens de lagos e córregos, ou ainda na superfície terrestre em florestas tropicais e subtropicais.

Além disso, “as planárias são carnívoras, alimentando-se de outros invertebrados como larvas de insetos, tatuzinhos-de-jardim, caracóis e minhocas. Assim, são consideradas predadores do topo da cadeia alimentar. Como outros predadores, desempenham o papel de controlar as populações dos animais dos quais se alimentam” (ZANCHET, A., 2015).

Porém, o mais interessante sobre esse organismo é que ela possui a capacidade de regeneração total: se perder ou danificar acidentalmente uma ou mais partes de seu corpo, ou ainda como forma de reprodução, a planária consegue regenerar completamente cada uma das partes em um animal inteiro. Então, se uma planária for cortada ao meio, independente do tamanho dos fragmentos, após sua regeneração, terão dois organismos. Se for cortada em três partes, teremos três organismos e assim sucessivamente.

Segundo a revista online Veja (2013), “um novo estudo da Universidade Tufts, nos Estados Unidos, mostra que esses animais […] conseguem recuperar até a memória. De acordo com a pesquisa, após regenerar o cérebro, a planária recobra rapidamente as habilidades que havia aprendido antes de ser decapitada” sendo esses uns dos principais motivos que a ciência usa para estudar esse organismo peculiar.

“Pouca gente dá bola ou sequer sabe o que são planárias, mas como tudo no reino animal elas são ótimos indicadores ambientais” (ZANCHET, A., 2015).  Por esses e outros tantos motivos devemos respeitar e conhecer nossa biodiversidade, especialmente aquela que está presente em nosso redor, mesmo que muitas vezes não as percebamos. “Todos, dentre os milhares de seres vivos existentes, fazem parte de uma teia ecológica e estão interligados, cumprindo um papel fundamental no equilíbrio da natureza. Cada espécie extinta, dos animais às plantas, dos fungos às bactérias, representa um desastre à nossa sobrevivência e, sobretudo, ao planeta” (GONÇALVES, J., 2019).

 

Apoio divulgação científica: Samara Autopeças e Jornal Barbacena Online

 

REFERÊNCIAS:

Descritas três novas espécies de planárias. ICMBIO, 2017. Disponível em: https://www.icmbio.gov.br/portal/ultimas-noticias/20-geral/8658-descritas-tres novas-especies-de-planarias. Acesso em: 10 de maio de 2022.

GONÇALVES, J. Conheça o incrível dragão azul. Barbacena Online, 2021. Disponível em: https://barbacenaonline.com.br/conheca-o-incrivel-dragao-azul/. Acesso em: 10 de maio de 2022.

Verme é capaz de regenerar memória após ser decapitado. VEJA, 2016. Disponível em: https://veja.abril.com.br/ciencia/verme-e-capaz-de-regenerar-memoria-apos-ser-decapitado/. Acesso em: 10 de maio de 2022.

ZANCHET, A. Nobres vermes. ((o))eco, 2015. Disponível em: https://oeco.org.br/reportagens/1141-oeco_12508. Acesso em: 10 de maio de 2022.

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