Emeric Marcier: sua passagem por Barbacena e a valorização das grandes paisagens mineiras

Na edição de setembro da revista “Tribuna Învățământului”, editada na Romênia, o jornalista Radu Lilea faz uma matéria de 7 páginas sobre o artista Emeric Marcier (1916-1990). O artista deixou seu país natal em plena II Guerra Mundial e veio para o Brasil. Fez de Barbacena sua moradia e criou dezenas de obras.

Nascido em 21 de novembro de 1916, Emeric Marcier foi um pintor naturalista e muralista romeno, naturalizado brasileiro, que teve uma passagem por Minas Gerais, especificamente na cidade de Barbacena. Também passou parte de sua vida na cidade maravilhosa, Rio de Janeiro. O artista deixou seu país natal, a Romênia, para trabalhar paisagens e temas religiosos, aliando o ideário do expressionismo europeu aos sentimentos do barroco mineiro. 

A viagem pela Europa foi uma boa preparação para a experiência sul-americana de Marcier. Com amigos como Mário de Andrade, José Lins do Rego, Jorge de Lima, Aníbal Machado e muitos outros representantes da elite cultural do Rio de Janeiro, Marcier fez sua história no Brasil, mesmo sem perspectiva de vender seus trabalhos nos primeiros meses na cidade.

Sua pintura, que inicialmente era voltada a paisagens de cidades históricas mineiras mudou de forma radical após descobrir um catolicismo de vocação patética e o patrimônio cultural do Brasil profundo, com o barroco colonial das joias arquitetônicas de Ouro Preto, Congonhas, Sabará, Mariana, São João del Rey, Barbacena, Tiradentes.

Sua vida sempre foi ligada a mais conhecida como “cidade dos loucos”, Barbacena, onde nasceram alguns de seus filhos com sua esposa Julieta. Local também onde residia com sua família em um sítio, que em 1996, foi adquirido pela Prefeitura Municipal. A casa foi tombada como patrimônio histórico cultural e passou a ser sede do Museu Casa de Marcier, onde também em seus entornos constitui o Parque Emeric Marcier, na Estrada do Faria, s/nº, bairro Monte Mário. Após a restauração, a casa foi entregue à comunidade. 

Seu último grande projeto, foi a obra sobre suas memórias, que foi publicado posteriormente ao seu falecimento, que aconteceu após ser exilado para Paris e realizar diversas viagens pela Europa,  em 1990, aos 74 anos de idade.