A doença mental sempre fez parte da vida da sociedade. O que mudou ao longo dos tempos foi a forma como enxergamos, tratamos e cuidamos das pessoas que apresentam suas diferentes formas.
Se antes eram mantidas fora dos muros das cidades, hoje elas convivem no meio social, embora ainda não tenham sido realmente incluídas. E diferente das outras doenças que podemos ‘ver’ e acreditamos serem mais fáceis de cuidar, a doença mental gera um misto de medo, aversão e exclusão.
Acredito eu, que isto ainda aconteça por desconhecimento da sociedade sobre o que são as doenças mentais, bem como à dificuldade que ainda temos de entender e aceitar as diferenças.
Diferente das doenças que costumamos cuidar e que alcançamos a cura, muitas doenças mentais são incuráveis e nos confrontam com nossa fragilidade. Queremos tanto um mundo perfeito que tudo aquilo que destoa, nos incomoda e tendemos a evitar e repelir. Mas como fazer isto com um familiar? Dentro de muitas casas, o desafio diário é exaustivo, esgotante e imprevisível. Não há descanso, poucos momentos de alegria e leveza, muitas preocupações, faltam recursos… Um verdadeiro abismo entre aquilo que se vive e aquilo que um dia desejamos viver.
Quando falamos de doença mental não podemos esquecer de seus cuidadores.
O real sentido da família e da amizade deve ser colocado em prática nessas circunstâncias. Dedique uma hora do seu tempo para auxiliar aquele parente que nunca descansa. Ofereça algum tipo de cuidado ou companhia. Presença também é importante e necessária. Deixe as críticas e as fofocas de lado. Além das pessoas que passam por esse tipo de situação, ninguém mais sabe o que é ter um doente mental em casa. Faça uma comida, arrume a casa, lave a roupa, vá ao mercado. Faça alguma coisa de útil.
A doença mental não tem cura, mas podemos proporcionar aqueles que com ela convivem momentos de leveza e descanso.
Valeska Magierek – Neuropsicóloga
@amadesenvolvimento
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