O ato de escrever é mesmo uma loucura ou sua catarse para não perder o tino de uma vez. Na mercearia vi aquelas violetas e gérberas e lembrei-me de minha mãe. Ela gostava de ambas: violáceas no alpendre da varanda e a outra no jardim. Vi e comecei mentalmente a construir o texto para depois produzi-lo aqui. Comecei o tricô das ideias…
Dia das Mães era bom antigamente…
Na escola infantil as meninas confeccionavam roupas de papel crepom e bordavam caligrafias no quadro-negro, que depois se tornou de giz e agora aquele que se escreve com hidrocor e é branco. Tudo foi se desbotando como ele, o quadro de escrever. Isto tudo era para homenagear a mãe; desde a que era respeitosamente chamada de professora como as demais ali representada pelos alunos. Houve um ano que foi vendido um compacto de músicas naquela capa com imensa rosa vermelha fotografada.
Dia das Mães era bom antigamente…
Houve aquele ano em que meus irmãos já trabalhando compraram presentes para ela. O irmão uma floreira de louça e a irmã uma jarra imitando aquelas que eram usadas para regar vinho em taças. Meu pai chorou! Foi a primeira e única vez que vi este inédito. Aquele homem que a vida embrutecera e os costumes cobrava macheza lembrou-se de sua mãe que não fazia muito tempo morrera.
Dia das Mães era bom antigamente…
Os anos se sucederam e o Milagre Econômico do Senhor Delfim Neto respigou em nós – uma oligarquia materna e burguesia paterna falidas saídas do meio rural e que viera para uma cidade pequena onde o consumismo começara a nos seduzir. As prestações a perder de vista possibilitaram presentes para a mãe, presentes que na verdade era para todos nós. Eletrodomésticos que gelavam, esquentavam, faziam sonhar e poltronas onde assistíamos o mundo acontecer.
Dia das Mães era bom antigamente…
Quando então reuníamos todos com os filhos que já tínhamos e sobrinhos que se faziam. Ela a matriarca usufruía quitutes que a outra mãe, a da cozinha e dos serviços, fazia e era completado com o que noras e filhas traziam.
Dia das Mães era bom antigamente e agora também que podemos relembrar estes momentos familiares que os Deuses Lares romanos nos permitem viver novamente. Pois enquanto houver filhos haverá Dia das Mães para ser comemorado na presença delas ou em nossas memórias que as eternizam com a gente.
Bênção, D. Fia!
Bênção, D. Congo!
Bênção, Vó que é mãe também!
Amém!
Leonardo Lisbôa
Barbacena, maio de 2018.
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Lei do Direito Autoral nº 9.610,
de 19 de Fevereiro de 1998.
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NOTA DA REDAÇÃO: Leonardo Lisbôa é professor da rede pública de ensino de Minas Gerais. Fez sua especialização em História na UFJF e seu mestrado em psicopedagogia na Universidade de Havana, Cuba. Publica textos também no sítio www.recantodasletras.com.br onde mantém duas escrivaninhas (Perfis): o primeiro utilizando o próprio nome ‘Leonardo Lisbôa’ e o segundo o de ‘Poesia na Adega’. Registro no CNPq: http://lattes.cnpq.br/0006521238764228