Contra-Ataque: Mineiro tem Atlético e América como favoritos e Athletic como surpresa positiva

Sérgio Monteiro

Mineiro tem Atlético e América como favoritose Athletic como surpresa positiva

 

Com o agravamento da pandemia em todo o país, a maioria dos campeonatos estaduais dá uma pausa a partir desta semana. A princípio, em alguns casos, como em Minas Gerais, por 15 dias. Aqui o retorno está inicialmente programado para o dia 1º de abril, data que pode ser alterada pelo Governo do Estado caso os números de contaminações, internações e óbitos continuem assustadores.

Chegamos praticamente à metade do campeonato e a grande surpresa fica por conta do Athletic, recém-promovido à primeira divisão depois de 50 anos longe dos holofotes. A equipe de São João del-Rei ocupa a terceira posição, com nove pontos, atrás apenas de Atlético e América. Em cinco partidas, venceu três e perdeu duas – para América e Cruzeiro e vendendo caro. O lado negativo desta história é que o atacante uruguaio Loco Abreu, anunciado como a grande contratação do clube para a disputa do Estadual, já foi embora, aproveitando a pausa por causa do coronavírus.

Entre os demais times do interior, tudo dentro do esperado. Caldense no G-4 e Tombense sonhando com a vaga. Um perde e ganha que tem sido comum nos últimos anos e por enquanto todo mundo embolado. Destaque negativo para o Coimbra, de Contagem, que não venceu nenhum jogo em cinco rodadas, e para o Uberlândia, que tem a pior defesa da competição, com dez gols sofridos, média de dois por partida.

No topo da tabela, o Atlético, com 100% de aproveitamento e o melhor ataque disparado, com 15 gols e média de três por jogo, e o América, com 12 pontos – quatro vitórias e uma derrota. Com todo o respeito à história do Cruzeiro, tudo conforme esperado. A Raposa, que perdeu o clássico para o América no Independência, na última rodada, está muito distante tecnicamente de Galo e Coelho e continua enfrentando sérias dificuldades para montar um time que honre a sua tradição.

Não é exagero algum dizer que Galo e Coelho estão sobrando nesse Mineiro de 2021. Principalmente o time alvinegro, que mesmo escalando os reservas nas quatro rodadas iniciais, vem atropelando os seus rivais. No último jogo, diante do Coimbra, os titulares voltaram, marcando a estreia do técnico Cuca e do argentino Nacho Fernández. Resultado: 3 x 0 e um passeio do meia, que fez um gol, deu uma assistência e sofreu um pênalti. Tudo isso no primeiro tempo.

Os objetivos atleticanos são outros para a temporada. Com um time recheado de bons jogadores, o Galo possivelmente entrará no Brasileiro, na Copa do Brasil e na Libertadores como um dos candidatos ao título. O Mineiro, em tese, seria para ajustar o time, mas os resultados e o desempenho até aqui estão acima do esperado. Falta ao Galo, ainda, enfrentar adversários de melhor nível para confirmar a boa fase. Nessa primeira fase, o time ainda enfrenta América e Cruzeiro, ambos, a princípio, em abril.

O América está na cola do Atlético, mas o desempenho ainda está distante daquele apresentado na temporada passada. Com atuações que deram para o gasto contra times do interior e vitórias magras, o time de Lisca teve como grande trunfo até aqui a vitória sobre o Cruzeiro, na última rodada. O Coelho foi bem superior e poderia ter vencido com uma diferença mais confortável, embora tenha dado chances ao adversário e corrido algum risco na metade final do segundo tempo.

Já o Cruzeiro segue de mal a pior. O trabalho do técnico Felipe Conceição está apenas no início e o time sofreu mudanças significativas na virada da temporada, com saídas e chegadas de atletas. A pausa em virtude da pandemia pode ser benéfica à Raposa e assim esperam seus torcedores, mas fato é que, ao que tudo indica, vem mais um ano de muito sofrimento pela frente. O time ocupa a quinta colocação no Estadual, com duas vitórias, um empate e duas derrotas e, mesmo que consiga a classificação para a semifinal, dificilmente brigará pelo título. E o que é pior: se não mudar radicalmente terá grande dificuldade para retornar à Série A do Brasileirão.

 

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Crédito – Pedro Souza/Agência Galo