Contra-Ataque: Honramos o nome de Minas

Sérgio Monteiro

 

 

Honramos o nome de Minas

 

Classificado para as oitavas-de-final da Copa do Brasil, o Atlético segue nadando de braçada em Minas Gerais. Campeão estadual, o Galo é o melhor mineiro nesse início de Série A do Brasileiro e único representante do Estado na Libertadores e, agora, na Copa do Brasil.  Aos poucos, o  time alvinegro vem alcançando as suas metas na temporada, enquanto vê seus principais rivais locais com sérias dificuldades – América e Cruzeiro ainda não venceram no Brasileirão (Séries A e B) e caíram nas oitavas-de-final da Copa do Brasil para times da Série C e Série D.

A classificação alvinegra veio sem susto. O jogo de volta diante do Remo, no Mineirão, foi quase que protocolar. Com gols de Réver e Hulk, o Galo, que já havia vencido o jogo de ida, em Belém, ganhou por 2 a 1 e se confirmou como um dos 16 classificados para as oitavas-de-final. O próximo adversário será conhecido em sorteio a ser realizado pela CBF no final do mês.

Ainda com seis desfalques que estão com suas seleções, mas com o retorno do atacante Keno, que estava lesionado, Cuca aproveitou a partida para fazer alguns testes e ajustes em sua equipe. O treinador sabe que tem uma sequência difícil pelo Brasileirão nas próximas rodadas – São Paulo, Internacional e Chapecoense. Ainda assim, o Galo fez um primeiro tempo bem tranquilo. Saiu na frente logo no início do jogo, criou chances para ampliar o placar, mas esbarrou na trave em três oportunidades. No final, sofreu o gol de empate.

Na segunda etapa, o Galo dosou o seu ímpeto. Chegou ao segundo gol e quase sofreu novo empate, em penalidade desperdiçada pelo time paraense. Mas a classificação não esteve ameaçada em momento algum. A vitória foi magra, mas suficiente para manter o embalo do time, que agora foca totalmente no Brasileirão.

Depois de um início de trabalho complicado, Cuca vem conseguindo impor o seu estilo de jogo e o Atlético tem mostrado evolução em seu futebol. Chama a atenção o equilíbrio do time, que continua agredindo bastante seus adversários, mas vem demonstrando uma solidez no setor defensivo, o que não acontecia na última temporada, com Sampaoli. O Galo hoje é um time que sofre poucos gols e isso é fundamental para equipes que têm como meta grandes títulos.

O futebol do time pode até ser menos vistoso do que na época de Sampaoli. O que não quer dizer menos ofensivo. No jogo contra o Remo, por exemplo, se as oportunidades criadas no primeiro tempo tivessem sido convertidas em gol, o placar teria sido bem elástico. É verdade que ainda há muito trabalho pela frente. Algumas peças ainda não alcançaram o seu melhor nível, como o atacante Keno. Isso é natural quando se tem uma mudança de comando técnico e, sobretudo, de filosofia de jogo. Por outro lado, jogadores que antes não se destacavam, hoje estão em alta e são fundamentais para o bom momento, como o volante Allan e os laterais Guga e Mariano. O zagueiro Igor Rabello é outro que apresenta evolução.

Cuca sabe, porém, que ao primeiro sinal de fracasso, a cobrança virá forte. Futebol depende de resultado e o seu retorno ao Atlético é cercado por uma grande desconfiança por parte da torcida. Na verdade, muito mais por questões externas às quatro linhas. À medida que as competições vão se afunilando, naturalmente o grau de dificuldade vai crescendo e, com ele, o risco de eliminações. Que o Galo saiba conviver com esse risco e siga avançando em suas metas, pois a torcida necessita e merece que esse bom trabalho seja coroado com títulos expressivos. Assim como Minas Gerais, que hoje depende apenas do Galo.

 

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Crédito – Pedro Souza / Atlético