Contra-Ataque: De crista alta e de olho na vaga

Sérgio Monteiro

 

 

De crista alta e de olho na vaga

 

O empate sem gols diante do Palmeiras, em São Paulo, não é um resultado confortável, mas também não é ruim. Na volta, terça-feira que vem, o Galo precisa vencer o jogo para chegar à sua segunda final de Libertadores. Um novo empate sem gols leva a decisão da vaga para os pênaltis e qualquer outro resultado é favorável aos paulistas.

Por um lado, o resultado confirma a solidez defensiva do time de Cuca, um dos fatores que mais chama a atenção na ótima temporada alvinegra. Dono da melhor defesa na Libertadores e no Brasileirão, o Galo tem colecionado partidas sem gols sofridos durante o ano. No mata-mata do torneio continental, a defesa alvinegra ainda não foi vazada, o que parecia impossível quando o chaveamento foi sorteado, já que os adversários foram nada menos do que Boca Juniors, River Plate e Palmeiras até aqui. São cinco jogos e nenhum gol sofrido.

No jogo de São Paulo, o Atlético praticamente não correu riscos, mais uma vez. Diante de um Palmeiras que aceitou a imposição de jogo alvinegra, o goleiro Everson foi praticamente um espectador de luxo e pouco foi exigido. Fruto de um trabalho e uma estratégia que beiram a perfeição. Em outros tempos, até mesmo no mágico 2013, a história era bem diferente. Na semifinal do ano em que levantou a Libertadores de forma inédita, o Galo voltou pra casa com um 2 x 0 contra, diante do Newells, e precisou flertar com o impossível para chegar à tão sonhada final.

Por isso mesmo, o torcedor atleticano tem que valorizar o empate em território paulista. Ao contrário do que muitos andaram dizendo ao final da partida, é um resultado que favorece mais o Galo do que o Palmeiras. Não foi ótimo, até porque as principais chances criadas foram pelo lado alvinegro, embora os jogadores de ataque não tenham feito um grande jogo. Nacho e Zaracho não brilharam como em outras partidas, assim como Diego Costa, que saiu lesionado ainda no primeiro tempo.

Principal destaque do Galo no ano, Hulk foi, novamente, quem levou mais perigo ao gol adversário, mas dessa vez passou em branco. O atacante, inclusive, desperdiçou um pênalti, chutando a bola na trave. Por causa disso, saiu de campo se dizendo culpado pelo empate. De fato, a vitória daria ao Atlético uma tranquilidade enorme para o jogo da volta. Mas o time atleticano tem crédito com a Massa e segue forte na briga pela vaga na final.

Aliás, a Massa, como reza a história alvinegra, pode ser o diferencial alvinegro para o jogo da volta. Com a liberação de 30% da capacidade do estádio, o clube já iniciou a venda de ingressos, que praticamente se esgotaram no primeiro dia. Teremos, assim como foi contra o River Plate, na fase anterior, cerca de 17 mil atleticanos no Mineirão na terça-feira que vem e isso é um grande trunfo para o time mineiro. Será um jogo tenso, disso podemos ter certeza, mas a solidez defensiva, o apoio de sua torcida e a campanha irreparável no ano deixam o Galo de crista alta e muito forte nessa briga por uma vaga na final.

 

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Crédito – Portal G37