A evolução das espécies: todos somos irmãos

Delton Mendes Francelino

Embora muitas pessoas não acreditem, a ciência cada dia mais comprova que a humanidade é totalmente ligada a todos os outros seres vivos, tendo ancestralidade comum. A origem da vida ainda é um mistério para nós, no entanto, pistas fósseis e biológicas têm oferecido condições de afirmar que muito provavelmente as primeiras formas de vida surgiram há cerca de 3,5 bilhões de anos atrás, num planeta Terra muito diferente do que hoje conhecemos.

Ao invés de oceanos profundos e com águas límpidas, por cima vistas azuis, outras tonalidades e composições químicas os caracterizavam. Nossa atmosfera nem sempre possuiu a quantidade de oxigênio hoje percebida. Nem mesmo os continentes, e suas atuais disposições, eram assim: por um longo tempo, enquanto o planeta se resfriava, um macro continente existiu, a Pangea, uma certeza científica que enaltece o fato de que, ainda atualmente, a Terra está em constante transformação.

É infelizmente comum, em todo mundo, as pessoas não admitirem que são parentes próximas dos outros seres vivos. A prepotência e arrogância nos fazem querer acreditar que somos seres mais importantes, que temos mais inteligência, racionalidade, tornando-nos fundamentais para a natureza, num mais elevado estado de significância. Isso é um absurdo. A humanidade não é, nunca foi, e nunca será o elo mais importante da Terra: todos os seres vivos desempenham funções relevantes para os ecossistemas, desde os mais minúsculos, como fungos, até os grandes, como elefantes e baleais azuis.

Na natureza, nada é mais importante do que as relações entre os seres e seu ambiente. Por 4,5 bilhões de anos o Sistema Solar, o Sol e os planetas desenvolveram-se conjuntamente e a posição da Terra na zona habitável de nossa região planetária conferiu as condições para que a vida aqui se desenvolvesse. Uma vastidão de particularidades marcam a existência da humanidade e compreender que todos os seres vivos, inclusive nós, temos ancestrais comuns, registrados em nosso DNA, mais que um motivo de alegria e espiritualização, é razão para a prática da humildade e de uma pura vivência ecosófica.