O nome dele é Carlos da Silva Lima. Ele estudou na EPCAr, em Barbacena nos anos de 1968, 1969 e 1970 e está escrevendo o livro “Memórias de um cadete do ar”. Neste livro há um capítulo que fala de um episódio ocorrido em setembro de 1968, quando Carlos e outros cadetes voltavam do Rio de Janeiro, em direção a Barbacena.

Atualmente ele mora no Rio de Janeiro e atua como educador físico. Carlos enviou este relato no dia 1º de abril, quando o Barbacena online publicou uma matéria sobre “disco voador visto nos céus de Barbacena”.
Então vamos ao relato de Carlos da Silva Lima.
20 horas de domingo de 13.09.1968, o velho carro “Hudson” cruzou a fronteira de Minas e corria muito ,na altura da cidade de Santos Dumont, a estrada era iluminada apenas pela luz da lua! Dilermando o motorista pisava fundo no acelerador, queria chegar antes das 22h, limite para o retorno à Epcar!
De repente bem à frente apareceu mais uma lua grande, mas se movendo.
Incrédulo gritou;
-pessoal vejam aquilo!
No carro Rego, Saraiva (68.163) Álvaro Jose Silva (68.186) Santana, in memorian (68.397) e Lima (68.187).
Todos assustados começaram a prestar atenção no objeto, que se movia para a direita e para a esquerda, e começou a baixar!
Na época não havia telefone celular,nem Internet, nem a enorme quantidade de informações que há hoje!
-Dilermando,o negocio está baixando, vejam, vem na direção de nós, disse Rego, sempre ponderado!
Dilermando acelerava o carro e o o.v.n.i. se aproximava;
– Estamos sendo treinados para a guerra!
Vamos enfrentá-lo, falou Álvaro!
O único parâmetro que os Cadetes tinham eram comentários que eram feitos na mesa do rancho do almoço (as mesas eram ocupadas no almoço SEMPRE, pelos mesmos Cadetes) e eles comentavam sobre o “Projeto Livro Azul” da U.S.A.F., que estudava, pesquisava e anotava todos os avistamentos de ovni nos Estados Unidos!
Hoje sabemos que existem várias raças de alienígenas que nos visitam, sendo a mais conhecida, os “GREYS”aqueles baixinhos de cabeça grande e olhos enormes, mas na época nada sabíamos, durante uns 20 minutos o Ovni ficou em cima do carro do Dilermando, que acelerava o carro o Ovni acelerava, Dilermando reduzia a velocidade, o O.v.n.i. reduzia a velocidade,estava a uns 50 metros acima do carro ,era praticamente do tamanho do carro em diâmetro, em forma de antena Parabólica.
– Somos militares, não temos medo, falou Saraiva, que botou a cabeça para fora do carro que “voava” em direção a Barbacena!
Foi Saraiva querer olhar e o Ovni iluminou-se, um brilho impressionante, como se fosse um maçarico, iluminando toda a estrada, Saraiva botou a cabeça para dentro do carro e a luz diminuiu, todos estavam assustados, Dilermando corria mais que o recomendado e prudente, praticamente voava, e Álvaro o mais jovem teve uma ideia;
– Dilermando pisque os farois!
Dilermando então piscou o farol uma vez, o Ovni piscou uma vez, Dilermando piscou 2 vezes, o Ovni 2 vezes, Dilermando então piscou 4 vezes e o Ovni, como que comandado por uma inteligência piscou 4 vezes!
Estávamos chegando em Barbacena, o Ovni então piscou 3 vezes e começou lentamente a subir, subir e sumiu no céu estrelado!
Todos muito assustados e Lima falou;
– 21 horas, dá tempo de passarmos rápido na pracinha e tomarmos um caldo de mocotó!
– Não! Falou Saraiva, ainda assustado como todos, Lima vamos comer a ceia da Escola, que vai até 22 horas.
Chegamos no rancho todos de 5º A e nos servimos de pão de leite com manteiga e uma caneca de chocolate fumegante!
Lima comeu 4 pães e enquanto devorava os pães começou a contar a Odisseia, rapidamente todos do 5º esquadrão ficaram sabendo!
segunda-feira pela manhã, formatura e início das aulas às 7 horas.
A primeira aula foi Geociências com o querido Professor Fenelon, com suas estrelas e cometas e agora Um disco voador, até o velho Fenelon ficou empolgado!!!!
–Vocês poderiam parar para “fazer contato”!
Falou Fenelon com toda sua pureza, como se nós não estivéssemos morrendo de medo!
Às 11 horas começava a Educação Física com o Capitão Castello, mas ele, ao contrário do normal, estava sério, sem brincadeiras.
Durante a “SUGA” o caro colega Cadete Rivaldo do Nascimento Pessoa Filho, Pessoa, o bom de bola, perguntou:
– Lima, verdade que vocês viram um disco voador?
Banho tomado fomos para o rancho, o almoço era a minha comida favorita (na Epcar)
Salsichão de churrasco a milanesa, batata doce frita,couve mineira refogada e angu bem grosso, e de sobremesa goiabada com queijo!
Para beber não havia água, eram dois enormes tonéis de leite gelado, você apertava uma manivela e saía um leite geladinho!
Comi a vontade, eram quase 12h45, a formatura começava às 13h, quando o Pré Cadete de dia chegou na mesa e falou:
– Quem é Lima?
– Eu!
– Lima, antes da parada compareça à audiência com o Capitão Kurka, urgente!
– Mas eu não tenho “parte” nenhuma, não estou em audiência!
– Está sim! Estão esperando!
Escovei os dentes, e fui para a audiência, o Capitão Kurka tinha a mania de gritar:
– Passou daquela porta, no mínimo é D2!
– Para minha surpresa junto ao Capitão Kurka estava muito sério o honrado Capitão Machado, em uniforme de campanha do Exército que perguntou:
– Lima, você escreve textos no jornal “O CABANGU”?
– Sim, escrevo!
– Você estava ontem no carro que viu uma sonda meteorológica?
– Sonda meteorológica?
– Nós vimos foi um disco voador!
– Lima 68.187, DISCO VOADOR não existe!
– Você viu uma sonda meteorológica!
– E não escreva nenhum artigo sobre isso!
– 187, deu para entender?
– Isso é uma ordem!!!!!
-Repito, ISSO É UMA ORDEM!
-Sim, Senhor Capitão!
– Daqui a alguns anos quando você se formar (não me formei) e se tornar um OFICIAL da AERONÁUTICA , você vai lembrar de mim e entender essa conversa!
–Pode ir agora 187!!!!!