Abuso sexual na infância

Infelizmente a infância ainda fica muito vulnerável a condutas repugnantes e criminosas, tal como no abuso sexual. Com o aumento da violência neste período de quarentena, devemos ficar ainda mais atentos aos riscos de abuso a que as crianças ficam expostas.

Este é um comportamento abominável e sobre o qual não devemos nos calar.

  • O que leva uma pessoa a abusar sexualmente de uma criança?

A gravidade desta conduta nos leva a diversas e possíveis explicações, embora nenhuma justifique este crime cruel contra nossas crianças.

Pode ser que a pessoa que pratica um ato como este também possa ter sido vítima de violência sexual quando criança. Quadros psiquiátricos também podem estar relacionados. Pessoas sob o efeito de drogas também podem praticar esses atos.

Mas independente do motivo, é importante frisar que o abuso sexual é crime e deve ser denunciado.

  • Aonde geralmente podem acontecer os abusos sexuais de crianças?

Infelizmente muitas vezes aquele que abusa da criança está dentro da própria família, uma pessoa próxima que dificilmente levantaria desconfiança dos pais e responsáveis. Mas podem acontecer em muitos lugares, sobretudo quando a criança se apresentar vulnerável, seja pela condição de saúde (p. ex. baixo potencial cognitivo, adoentada/acamada, etc.) ou pela própria ingenuidade que é inerente à criança, uma vez que ela tende a acreditar no que as pessoas dizem.

A criança abusada deverá e precisará ser cuidada a fim de minimizar os danos ao longo de sua vida.

Precisamos sempre ter em mente que as crianças crescem, se tornam adultos e precisamos diminuir as chances de que determinados comportamentos sejam replicados no futuro.

  • A quais sinais devemos ficar atentos em relação ao abuso sexual da criança?
  1. Perturbações do sono: Dificuldades para dormir, sono agitado, pesadelos recorrentes, não querer ficar sozinha, evitando dormir para evitar nova ocorrência.
  2. Alimentação: o apetite pode diminuir ou aumentar, visivelmente diferente do padrão anterior que a criança apresentava.
  3. Desempenho na escola: dificuldades de concentração, recusa na participação das atividades, comportamento arredio, queda no desempenho e aproveitamento escolar.
  4. Mudanças bruscas no comportamento: desinteresse por atividades anteriormente preferidas, regressão no comportamento (volta a urinar na cama, a chupar dedos, etc.), presença de medos que não existiam antes, etc.
  • O que nós, pais e responsáveis, podemos fazer para garantir a segurança de nossas crianças?

O importante, sempre, é fortalecer a família. Buscar não terceirizar a educação dos filhos. Hoje se terceiriza muito, pouco se sabendo da vida dos filhos. E quando há essa ausência dos pais ou responsáveis, a criança fica vulnerável. É importante e necessário que os pais conheçam seus filhos e saibam o que acontece com elas, seja explícito ou implicitamente. Não podemos correr o risco de somente conhecer o que acontece com nossos filhos quando aparece um problema, pois aí pode ser tarde demais. Sendo assim, oriento aos pais que se envolvam verdadeiramente com seus filhos. Não permitam que estranhos sejam as referências, positivas ou negativas, de seus filhos. Lembrem-se de que a fase adulta de nossos filhos depende da infância e do que ela foi. Isso não quer dizer que todas as pessoas, que não os pais, possam fazer mal a seus filhos. Mas precisamos antecipar os perigos e proteger as crianças. Elas levarão na alma e no comportamento tudo o que vivenciaram. Então precisamos cuidar, de maneira efetiva, de nossos filhos.

Especialista responsável: Valeska Magierek. Psicóloga (UFSJ), Neuropsicóloga (FUMEC), Mestre em Psicobiologia (UNIFESP). Experiência há mais de 20 anos na área de Psicologia Infantil e Neuropsicologia. Autora do livro infantil “A semente mágica”. Atualmente atende no Centro AMA de Desenvolvimento em Barbacena, é palestrante e professora em cursos de Pós- Graduação.

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